quarta-feira, agosto 06, 2008

Mira de Nuno Pombo danificada no regresso à Aldeia Olímpica

Pequim, 06 Ago (Lusa) –
Um carro da polícia com escolta a fazer o trajecto entre a Aldeia Olímpica e o Campo de Arco de Pequim2008 pode não significar uma emergência: pode ser apenas Nuno Pombo prestes a resolver o problema da mira partida.
O arqueiro português contou hoje aos jornalistas o insólito incidente de que foi protagonista segunda-feira, que causou alguma preocupação nos responsáveis chineses, mas foi resolvido em menos de 24 horas com o recurso a transporte policial e à oferta de uma mira igual usada.
“Depois de um treino à tarde, vinha para a Aldeia Olímpica um bocado cansado com o arco na mão. O segurança disse-me para passar o arco no aparelho de raio-x, eu recusei, mas ele insistiu e a responsabilidade passou a ser dele. Vi o arco subir e ainda o tentei tirar com a mão, mas já era tarde”, disse. Nuno Pombo, que em Pequim2008 disputa os seus terceiros Jogos Olímpicos, depois de Atlanta1996 e de Sydney2000, chamou de imediato um responsável, que o “mandou sentar” para se acalmar.
“Depois tinha 10 chineses à minha volta, logo a seguir mais 10, a darem-me água e a virarem a ventoinha para mim. Eu não queria água... Nenhum falava inglês e às tantas eram uma data de chineses à minha volta”, recorda.
Quando chegou a responsável da aldeia que falava inglês, Nuno Pombo disse-lhe que estes eram os seus terceiros Jogos Olímpicos e nunca lhe tinham partido o arco.
“Disse que não queria dinheiro, não queria qualquer compensação financeira, só queria um arco para treinar”. Os responsáveis chineses procuraram resolver o problema ainda no próprio dia, mas não foi possível, pelo que na manhã de terça-feira foram buscar Nuno Pombo, que uma hora depois já tinha o arco de novo operacional e foi treinar, apesar de não o contar fazer.
“Às 10:00 do dia seguinte, pegaram em mim e levaram-me para o local do tiro com arco num carro da polícia, com escolta especial. Por sorte, arranjaram uma mira usada exactamente igual, que vai ficar para mim. Às 11:00 estava tudo resolvido. Resolveram em menos de 24 horas”, lembra.
Como o que se partiu foi uma haste de carbono, Nuno Pombo limitou-se a substituir esta peça, continuando a utilizar a mira antiga, pelo que o incidente não teve qualquer influência na sua preparação.
Quem nunca mais viu foi o voluntário envolvido no incidente. “O chinês que me partiu a mira pediu-me desculpa algumas 30 vezes. Nunca mais o vi depois disso”.
Notícia Agencia Lusa ** Emídio Simões (texto)

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