terça-feira, setembro 03, 2013

Brasil quer arqueiros nativos nos Jogos de 2016

Notícia Publicada em:

Com o objetivo de classificar arqueiros nativos para a Olimpíada do Brasil, a Secretaria de Estado da Juventude, Desporto e Lazer (Sejel), Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e Federação Amazonense de Tiro com Arco (Fatarco) assinaram nesta quinta-feira (22) termo de cooperação técnica para execução do ‘Arquearia Indígena e Ribeirinha nos Jogos RIO 2016’.
 
Pelos termos do acordo, a FAS fica responsável pela mobilização das seletivas e captação dos talentos nativos nas comunidades indígenas e ribeirinhas.
 
Já o Estado oferece a estrutura multidisciplinar do Centro de Treinamento de Alto Rendimento da Amazônia (CTARA), alojamento, alimentação e acompanhamento técnico para os atletas na Vila Olímpica de Manaus.
Os arqueiros selecionados pelo projeto também receberão do governo passagens aéreas para as competições regionais, nacionais e internacionais, caso necessitem.
 
“Além do tiro com arco, o Estado também vai incentivar a descoberta de talentos na canoagem, que faz parte da nossa cultura, da vida do nosso ribeirinho. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, já indicou que o governo Federal fará investimentos na canoagem olímpica com foco nos Jogos de 2016”, afirmou a secretária da Sejel, Alessandra Campêlo.
 
Para o superintendente geral da FAS, Virgílio Viana, o projeto é uma forma de resgatar a cultura das populações indígenas. “Com esse projeto, vamos impactar a autoestima dos jovens indígenas. Chegar a uma Olimpíada será a realização de um sonho, mas o primeiro passo nós já demos ao selecionar esses atletas”.
 
Para Drean Iagoara, 16, da etnia Kambeba, chegar a Manaus já foi uma vitória. Ele mora na região de Cuieiras, no rio Negro, e usava o arco e flecha para caçar e se divertir. Agora, está a um passo de se tornar atleta.
“Gostei muito de usar o arco olímpico e agora espero agarrar essa chance para me tornar atleta e disputar campeonatos oficiais”, disse o garoto, enquanto fazia a transição do arco nativo de paxiúba para o arco olímpico.
 

Projeto

O projeto ‘Arquearia Indígena e Ribeirinha nos Jogos RIO 2016’ começou em fevereiro com a seleção de 80 arqueiros nativos. Eles passaram por uma série de ‘peneiras’ e hoje são apenas 10 atletas, que passarão a segunda temporada de avaliações no Centro de Treinamento de Alto Rendimento da Amazônia (CTARA).
 
Eles ficarão hospedados na Vila Olímpica de Manaus até a próxima quarta-feira, dia 28 de agosto. Pelo projeto, três arqueiros indígenas serão selecionados para treinar na capital junto com a equipe de Alto Rendimento.